Comprar imóvel na planta envolve uma série de riscos, mas muitas vezes, é a única forma que uma pessoa tem de adquirir a casa própria, já que parte do pagamento é diluído durante a construção e o saldo restante pode ser financiado
No texto abaixo, dou
algumas dicas para evitar problemas e fechar o negócio com maior
segurança:
1) Defina o tipo de
imóvel que pode comprar
Não visite stand de venda de imóvel cujo
custo e padrão seja além do que sua capacidade financeira permite. Depois
de olhar o “imóvel ideal”, decorado e repleto de itens de lazer, é comum que a
pessoa não se contente com opções mais simples. Porém, dar um passo maior
que a perna é extremamente arriscado e o consumidor pode acabar
comprometendo seu orçamento mais do que pode e se endividando por mais
tempo do que imaginou.
2) Saiba os custos
“extras” envolvidos na compra do imóvel
Além do valor do imóvel, é preciso guardar recursos para pagar o
registro da compra no cartório, além do ITBI (Imposto sobre
Transmissão de Bens Imobiliários), que varia de município para município
e pode chegar a 3% do valor total do imóvel.
3) Conheça seu potencial
financeiro
Isso significa mensurar o quanto tem de renda disponível
e o que está comprometido com empréstimos e outros pagamentos. O banco não
vai liberar o financiamento caso o seu salário mensal estiver
muito apertado com outros compromissos.
4) Também é importante
que o comprador saiba que o saldo devedor do imóvel sofre correção pelo
INCC
O
valor inicial indicado no contrato vai aumentar e o imóvel pode custar em
alguns casos até 20% mais caro. Portanto, o comprador precisa estar
preparado para desembolsar mais dinheiro. Pior ainda: se o imóvel atrasar,
o saldo vai ficar o tempo todo sendo corrigido pelo INCC. Isso é ilegal, mas só
é revertido mediante ação judicial.
5) Cuidado com as
propagandas que dizem: parcelas baixas, que cabem em seu bolso
Parcelas
muito pequenas no decorrer das obras são um perigo porque significa que, se o
consumidor pagou quase nada durante as obras, o saldo a financiar será
muito grande e ele pode não ter renda suficiente.
6) Antes de assinar
contrato, procure fazer uma análise de crédito com alguns bancos para
saber se você tem o financiamento pré-aprovado e qual o limite
Nem
todas as construtoras são criteriosas, tampouco explicam para os consumidores
que o banco pode negar o financiamento. Assinar o contrato no stand de
vendas não significa que já esteja tudo certo. Os bancos são bastante
criteriosos e analisam toda a ficha da pessoa. Renda comprometida
com financiamento de veículo e empréstimo bancário, por exemplo, pode ser
um motivo para ter o crédito negado.
7) Cheque a idoneidade da
construtora
Analise o histórico da empresa buscando informações na Internet
e veja se ela possui reclamações em sites especializados. Converse com
proprietários de outros empreendimentos da construtora para saber se o
imóvel foi entregue no prazo, se houve problemas construtivos, etc. É
igualmente importante buscar no site do Tribunal de Justiça se a empresa
está sendo processada. Qualquer sinal de problema, não faça negócio.
8) Verifique a
documentação do imóvel
Saiba
se a incorporação foi devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis
e observe o memorial descritivo do empreendimento, pois nele constam
informações fundamentais sobre o imóvel e o que será entregue, como
metragem, características e materiais utilizados.
9) Guarde todos os
folhetos de propaganda e papéis rascunhados pelo corretor
Esses
papéis podem ser uma importante prova para um processo judicial contra a
construtora, se for necessário. Por exemplo, há construtoras que prometem
carro e eletrodomésticos no folheto, mas depois não cumprem. Ou então,
dizem que o imóvel terá churrasqueira e entregam sem. Esses
papéis conseguem comprovar o que o comprador está pleiteando
10) Guarde todos os
folhetos de propaganda e papéis rascunhados pelo corretor
Esses
papéis podem ser uma importante prova para um processo judicial contra a
construtora, se for necessário. Por exemplo, há construtoras que prometem
carro e eletrodomésticos no folheto, mas depois não cumprem. Ou então,
dizem que o imóvel terá churrasqueira e entregam sem. Esses
papéis conseguem comprovar o que o comprador está pleiteando.
11) Procure a prefeitura
para saber se há projeto de desapropriação do terreno para alguma
obra pública ou se o terreno está contaminado
Mesmo
que o solo tenha sido tratado, se a contaminação constar na matrícula do
imóvel, por exemplo, pode desvalorizar seu preço na revenda.
12) Não compre um imóvel
com prazo de entrega atrelado a algum compromisso, como casamento, por
exemplo
A
entrega pode atrasar e causar problemas maiores. Infelizmente, há pessoas que
se casaram há mais de ano e continuam sem a casa própria, morando de favor.
13) Fique atento a
cobranças indevidas
As
taxas Sati e corretagem são abusivas. A primeira porque é um serviço de análise
de documentos e jurídico oferecido pela construtora que não pode ser
imposto ao comprador. Isso porque analisar documentos faz parte do
trabalho da vendedora e também porque indicar um advogado da
própria empresa para assessorar o comprador é um contra senso óbvio. Qual
é a isenção de um advogado contratado pela própria construtora para
analisar o contrato feito por ela? E a corretagem porque, segundo o código
civil, o vendedor é quem deve pagar o serviço.
Logo,
a construtora não pode jamais transferir este custo para o consumidor.
Além disso, não se pode configurar corretagem quando o consumidor é que
foi até o stand de vendas por vontade própria e não teve o direito de escolher
por quem seria atendido. Se a construtora contratou o profissional, é ela
quem deve remunerá-lo.
14) A mais importante:
jamais compre um imóvel no dia em que for visitar o stand
As
empresas devem fornecer cópias dos contratos para leitura antes de serem
assinados. É preciso ler atentamente todos os documentos e contratos,
fazer contas projetando a evolução do débito com a correção média dos
últimos anos, entender perfeitamente as cláusulas contratuais e consultar
um especialista de confiança em caso de dúvidas. A decisão deve ser tomada
sem interferência emocional ou pressão de corretores e vendedores. Não
existe “negócio imperdível” que dispense uma análise cuidadosa.
Fonte: InfoMoney –
Direito Imobiliário em Foco
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