segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Jornalista de revista inventou uma bolha imobiliária em Balneário Camboriú

Jornalista de revista inventou uma bolha imobiliária em Balneário Camboriú

Por Waldemar Cezar

Na semana passada a revista “Exame” publicou matéria do repórter Vicente Vilardaga com o titulo “Bolha imobiliária estoura em Camboriú”.

Faz tempo que esse repórter procura uma bolha para estourar. Seis meses atrás Vilardaga escreveu na mesma revista que a bolha imobiliária brasileira não estava localizada em imóveis residenciais e sim nos comerciais, agora mudou de idéia e veio à praia.

O texto não reflete a realidade e seria fácil constar isto se o repórter dedicasse um mínimo de tempo à pesquisa sobre o que iria escrever.

Neste ano a construção civil de Balneário Camboriú aumentou a quantidade de empregados com carteira assinada em 7%. Nos últimos quatro anos, o crescimento correspondeu a 20% do total de empregados hoje.

Este fato, baseado em números oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego, desmente de pronto qualquer bolha porque mercados em crise não abrem postos de trabalho, fecham.

Em junho a prefeitura publicou a lei dos adicionais de construção Icon/Icad que permitem prédios e apartamentos um pouco maiores em troca de pagamentos ao município. Havia a expectativa que o mercado talvez não respondesse à meta de arrecadar R$ 180 milhões.

A realidade foi outra, as construtoras protocolaram um total R$ 360 milhões, aos quais se somam outros R$ 170 milhões em Transferências de Potencial Construtivo.
O mercado

É evidente que uma bolha estourada não geraria correria de empresários aos balcões da prefeitura.

O mercado imobiliário da cidade voltou a fazer o que sempre fez quando a economia brasileira vai mal, as empresas reduzem o ritmo das obras e seguram os lançamentos.

Terreno comprado e projeto aprovado são um patrimônio de alto valor, a ser usado para obter lucros quando as condições forem favoráveis.

As maiores construtoras da cidade puxaram o freio de mão, mas possuem estoques de apartamentos prontos e carteiras de recebíveis que lhes permite ajuste às circunstâncias sem cortar no osso, baixar excessivamente os preços.

Historicamente o construtor local é discreto, não baixa tabela de preços, quando precisa de capital negocia em silencio algumas unidades com desconto, para receber em curto prazo. Sai mais barato do que buscar dinheiro em banco ou atrasar a entrega das chaves.

A opinião de quem atua no mercado

O presidente do sindicato dos corretores, Marlon Olsen, diz que a palavra “bolha” usada pela revista é um erro porque aqui não temos financiamentos a descoberto e os imóveis não viraram pó como ocorreu nos Estados Unidos.

Marlon fala em acomodação do mercado, reduzir o ritmo para adequar à procura.

O diretor da FG Empreendimentos, Toninho Roncaglio, disse que 2014 foi fraco para a economia em geral, com retração generalizada nas vendas, inclusive de imóveis o que leva as empresas de todos os setores a mudarem o ritmo.

Ele viaja bastante para vender apartamentos e garante que o interesse por comprar em Balneário Camboriu continua inalterado com a vantagem que não dependemos da região, vendemos para cinco ou seis estados do país.

O presidente do sindicato dos construtores, Carlos Alberto Metzner Silva, esclareceu que no momento a indústria tem 4.500 imóveis em estoque e que isto é pouco.

Ele já cansou de responder a perguntas sobre a solidez do mercado e sugere que quem duvida da saúde financeira do setor entre numa imobiliária e ofereça a metade do preço de um imóvel para ver se consegue comprar.

O secretário do planejamento, Joni Antônio Moi, tem construtora e imobiliária e considera que os dois últimos meses foram “ótimos”.
Disse que para quem constrói aqui há anos as oscilações de mercado são conhecidas e as pessoas continuam comprando apartamentos porque é um investimento seguro.

Moi destaca a constante procura por terrenos e sua valorização. Ele quer uma área na Praia dos Amores e se espantou com o preço que estão pedindo pelos lotes.

Os números
Pesquisas realizadas mensalmente pelo Sindicato da Habitação em Balneário Camboriú mostram que apartamentos com quatro dormitórios e os em frente ao mar cresceram seus preços constantemente ao longo do ano, totalizando valorização em torno de 27% entre janeiro e outubro.

Os apartamentos com menos dormitórios flutuaram mês a mês no período, com redução do preço em torno de 10%.

fonte: http://www.pagina3.com.br/cidade/2014/dez/10/1/jornalista-de-revista-inventou-uma-bolha-imobiliaria-em-balneario-camboriu

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